Vadiagem
A menina na janela, Luzia é o nome dela, usa vestido de chita e flor de café na orelha. É inocente, é pura e espera com os braços postos no umbral um sorriso meu. Eu, vadio que sou, não quero entregar-me as derivações
da paixão, olho de relance seus cabelos castanhos besuntados com óleo de coco que brilham ao serem tocados pelos últimos raios de sol da tarde. Abaixo a cabeça e sorrio
torto, dou-me o direito de corar um pouco, evitando o olhar que alimenta a ilusão de minha
perfeição.
Não sou cavaleiro ou
príncipe que alguma donzela possa amar. Embora, eu saiba do delicado amor de Luzia por
mim, eu não quero alimentar
ilusões afim. Sou vadio, sou homem do
mundo, mudo de rua e troco o
caminho. Malandro da vida não
merece moça bonita, prendada e apaixonada que vive de suspiros.
Ricardo Rodrigues
Obs.: Você pode ter uma experiência bem gostosa
se ler esse conto ouvindo baixinho a canção
"Linda Flor" na voz de Zélia Duncan
O bom da leitura é o gosto que ela trás, o desejo de quero mais. Você, meu amigo, sabe cativar com seis escritos. Parabéns!!! Adoro seus escritos.
ResponderExcluirObrigado meu querido!Suas palavras são um incentivo para que eu continue escrevendo. Muito obrigado pelo carinho e amizade!!!!
ExcluirExatamente. É sempre bom lê-lo, e sempre há de fato esse gostinho de quero mais... Excelente conto. Parabéns Rick.
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